quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Grito Dos Excluídos


Grito dos Excluídos sai às ruas por um novo modelo econômico. Manifestações em todo o país, neste dia 7 de setembro, devem reunir movimentos sociais representantes dos setores mais excluídos para denunciar mazelas da política econômica. Segundo Helena Hirata, especialista em relações de trabalho, problemas poderiam ser combatidos se houvesse priorização política.

Pelo 11º ano consecutivo, movimentos sociais e Igreja Católica promovem, neste dia 7 de setembro, o Grito dos Excluídos, uma manifestação multifacetada que deve englobar protestos em mais de 20 estados.

Em São Paulo, centro gestor do Grito, uma articulação composta por movimentos de moradia, catadores de materiais recicláveis, trabalhadores desempregados, pastorais sociais da Igreja, CNBB, MST e CUT, entre outros, organiza a atividade, que começou com uma marcha de desempregados nos dias 5 e 6, e no dia 7 se estende até o final da tarde, com uma concentração com missa na Praça da Sé pela manhã, seguida de uma passeata rumo ao monumento do Ipiranga, local da grande manifestação. Paralelamente, também deve ocorrer a 18a Romaria dos Trabalhadores à Aparecida do Norte. Desde que foi criado em 1995, o Grito dos Excluídos cresceu em participação e visibilidade, chegando agora a concorrer em pé de igualdade com as atividades cívicas e militares em homenagem ao dia da independência do Brasil, avaliam os organizadores.

Em 2004, o Grito aconteceu em mais de 150 cidades brasileiras. Para este ano, as estimativas relativas às atividades em São Paulo prevêem mais de 10 mil pessoas, além dos cerca de 150 mil romeiros que seguirão para Aparecida.
Mais do que uma comemoração, portanto, 7 de setembro passou a ser a data propícia para alertar o país sobre a “escravidão social” da exclusão. O lema do Grito, “Brasil, em nossas mãos a mudança”, e suas bandeiras – a construção de “um novo modelo econômico que crie empregos, distribua renda e que privilegie os investimentos públicos nas áreas sociais; de um programa emergencial para a superação da miséria, da pobreza e o combate da desigualdade social; de uma reforma política profunda e radical que devolva ao povo o direito de decidir sobre todas as questões estratégicas de nosso país; e, em relação à soberania nacional, a aplicação de políticas que garantam os interesses do povo brasileiro sobre nossa economia, território, riquezas, biodiversidade, empresas públicas, Banco Central, água, sementes, petróleo, gás e a política externa” -, seguem uma lógica própria: por um lado, ao tomar as ruas e gritar suas demandas, dar visibilidade às mazelas da exclusão.

Por outro, mesmo diante de ouvidos moucos por parte dos governantes, apostar na força transformadora das organizações de base, explicam os organizadores.

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